Uma carta: Acasos Estelares
Para começar, a hipocrisia. Em um espaço onde se discute a construção de leis e regulamentos, vou começar quebrando uma regra.
Mas só ao final que você irá descobrir o que aconteceu.
Dito isso, pergunto: o que você já fez hoje e que o levou a ler esse texto?
Um tempo sem fazer nada, passado com a ajuda do celular. Clicou sem querer. Uma conferência de e-mails antes de sair para o Natal. Alguma coisa aconteceu e você está exatamente aqui.
Na verdade foram muitas coisas que nos trouxeram até este encontro. Gosto muito de pensar nisso. O que seria diferente se os encontros e desencontros que aconteceram fossem diferentes.
Se eu tivesse encontrado ela logo na primeira vez que cada um combinou de descer. Se no primeiro dia de trabalho eu tivesse sentado em outra mesa. A vida seria diferente. Não necessariamente melhor, mas diferente.
Saber que muita coisa importante de nossas vidas acontece por puro acaso é um alento ou um motivo de desespero?
Não posso lutar contra o futuro. Não posso lutar contra o que vejo. Porque as pessoas, elas se reúnem, elas se desintegram. Disse Moby ao nos lembrar que somos feitos estrelas.
Mas não qualquer estrela, apenas uma estrelinha de nada, que deixa de rastro apenas pó de estrela.
E nesses acasos fabulosos, no fim somos insignificância. Quem disso isso foi Jorge Drexler.
Imagina Só.
No fim, posso dizer por mim, pois me amarro na ideia de que as nossas insignificâncias são uma grande bênção diante de um universo que não conseguimos nem sequer imaginar o quão grande ele é, diante da falta de controle sobre a nossa vida, sobre a vida dos outros e sobre o que vai acontecer.
O quê você pensa sobre isso? O que
pensa sobre isso?Foi Nathália que escreveu sobre Jorge Drexler e poeira estelar, também sobre os acasos que acontecem na arte, como quando o Ringo foi ao banheiro bem na gravação de “Hey Jude”.
Esse texto faz parte de um amigo oculto de autores de newsletter organizado pela
da . A Nathália é minha amiga (ex) oculta.A dinâmica era escrever uma carta sobre uma edição da
, não resisti e escrevi sobre duas:Esses dois textos são ótimos exemplos, pois além de um boa leitura também há ótimas dicas musicais, como a canção do Jorge Drexler.
Já que o papo é musical, essa edição mais que especial foi escrita ao som da Sumac Session da Àiyé.
E dessa maneira, agora sim, o ano encerra para a QPD. Um grande abraço para a Nathália e para todos os leitores. Um grande 2024 para todos nós.
Assine boas newsletters e a QPD. ;)
Quinze por Dia, ou simplesmente QPD, é uma newsletter quinzenal com histórias, pensamentos e indicações sobre temas ligados ao Poder Legislativo, política e afins, por Gabriel Lucas Scardini Barros. Estou à disposição para conversar no Instagram @gabriel_lucas. Caso tenha recebido esse e-mail de alguém ou chegou pelo navegador, siga esse link para assinar.
Começou a chover; falei com meu filho em SP; acabou o filminho água com açúcar que escolhi para o primeiro do ano (escolha consciente, já que queria apenas assistir um romance com lindas paisagens, sotaque diferente (NZ)... mas voltando ao assunto, vim checar meus e-mails (necessidade meio idiota para um feriado, ano novo etc., etc.) e havia um dando que você recomendava o Vivazidade, recém-lançado o qual terá a primeira newsletter compartilhada nesta quinta, dia 04. Quando abri para agradecer dei de cara com essa delícia de texto provocativo. Não dá para deixar de responder e desejar um perfeito 2024!
Gabriel, preciso dizer que os acasos são o que fazem a vida valer a pena. Sem eles, seria tudo bastante sem graça, a previsibilidade é inimiga da magia, você não acha? Adorei essa cartinha porque além de citar Drexler - algo que eu sempre apoio -, ainda foi escrita ao som da Àyié, uma artista com quem trabalhei por longos anos e hoje é uma amiga querida. Dessa forma, acho que o post deu a volta completa, com um exemplo real da beleza desses acasos. Obrigada pela cartinha e feliz restinho de 2023 pra você!