Há algum tempo, me foi “apresentado o case” da ascensão de Diónisos ao Olimpo (que até então eu só conhecia como Dionísio ou, pelo nome romano, Baco).
Diante da existência do Decathlon (ou se você preferir, dodecateão), o rol de deuses olímpicos, aqueles formam o panteão dos doze principais deuses gregos.
A questão era que para que uma nova deidade pudesse ocupar um dos doze postos do Monte Olimpo, alguém deveria sair (no fim, que cedeu a vaga para o cara do vinho foi Héstia). E mais do que isso, Diónisos precisava da aprovação de Hera.
No blog Primeiros Escritos, há a transcrição de como o Deus do Vinho conseguiu resolver um imbróglio e adentrar ao círculo mais restrito da Grécia Antiga. Veja o resumo
Aturdida com Hefesto, filho deforme que gerara, Hera o lança ao mar. Mas salvo e nutrido por Nereidas, o rebento pôde aprimorar suas habilidades de forja e, como vingança, presenteia a mãe com um belo trono contendo um engenho secreto: ao sentar-se nele, Hera vê-se presa em cadeias inquebráveis, que só poderiam ser desfeitas por Hefesto.
Zeus envia Ares e Dioniso para trazer o Deus coxo de volta. O primeiro falha: Ares não consegue sobrepujar as chamas de Hefesto com sua força.
A arma utilizada por Dioniso, porém, é mais eficaz: valendo-se do vinho, Dioniso deixa Hefesto bêbado e o leva de volta ao Olimpo, montado em uma mula. Este liberta Hera, e ela passa a admitir Dioniso entre os Olímpios.
Dioniso é aquele que Homero chama de o delirante. E é nesse ponto que sua ascensão talvez engane.
Zeus e seu panteão simbolizavam a vitória da ordem e da civilidade sobe o obscuro e primitivo.
Em tese, a chegada de Diónisos significava um reconhecimento dos aspectos sombrios do homem, uma ofensa a toda estrutura simbolizada pelo panteão olímpico.
Entretanto, o mito chama atenção já que a primeira escolha da civilização acabou sendo a força de Ares. O que deu errado.
Como foi bem apontado nos últimos tempos, o consumo do álcool pode fazer a verdade sair, mas não cria nada que já não esteja ali.
Ao invés de primitivo, a solução de Diónisos não teria sido a mais moderna por substituir a força por uma boa conversa?
Enfim, uma solução política.
A solução de um conflito muitas vezes passa pelo pouco que as pessoas têm em comum, nem que isso seja apenas uma taça de vinho.
Se você ficou curioso, essa edição da QPD foi inspirada em um episódio de podcast:
O professor Cláudio Moreno fala sobre mitologia grega de uma maneira muito divertida e desde que ouvi essa edição do seu podcast, a situação de Diónisos não saiu da minha cabeça.
Depois do surgimento da QPD, essa era para ser uma “história de carnaval”.
Esse ano ainda não teremos o carnaval como deve ser e o caminho do vinho para encontrar coisas que temos em comum talvez fosse a melhor rota para o Brasil e para o mundo.
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Vale o clique:
Até que enfim, foi publicada a Emenda Constitucional n.° 115 que foi tema dessa edição da QPD, sobre o direito à proteção de dados pessoais.
Ótimo texto: SOFT REGULATION: Formas de Intervenção Estatal para Além da Regulação Tradicional, por Ana Paula Andrade de Melo (Subchefe adjunta para Estudos Jurídicos, Revisão e Consolidação Normativa na Presidência da República) e Fernando Meneguin (Consultor do Senado).
A edição do dia 18/02 do podcast do blog Legis-Ativo está com ótimas discussões sobre efeitos colaterais da federações e da participação das candidatas nas eleições deste ano:
Olinda proíbe homenagens à escravocratas e isso pode modificar o nome da própria Câmara Municipal.
A Diretora-Geral do Senado Federal, Ilana Trombka, publicou alguns fatos sobre protagonistas do voto feminino no no Brasil, que completa 90 anos em 2022 (a Renata Neves assinou uma reportagem sobre o assunto).
Nova lei espanhola prevê curso de formação para donos de cães e multas para abandono canino.
A Assembleia de Minas Gerais lançou uma obra que aborda vários aspectos dos impactos da pandemia no Direito e nos legislativos. Para acessar, clique aqui.
O RepúblicaCast fez um episódio sobre as eleições legislativas em Portugal:
A Camila Maja, advogada e servidora da ALMT, escreveu um texto sobre o congelamento da base de cálculo do IPVA 2022 em Mato Grosso.
Outras edições que você poder gostar:
Quinze por Dia, ou simplesmente QPD, é uma newsletter quinzenal com temas sobre processo legislativo, política e afins, por Gabriel Lucas Scardini Barros. Se você recebeu esse e-mail de alguém, siga esse link para assinar.