Índices, rankings de atuação de parlamentares e afins são um assunto tentador para os momentos de campanha eleitoral, mas trata-se de um assunto importante para os próximos quatro anos.
Os legislativos já tem uma nova composição para os próximos quatro anos, com caras novas e nem tão novas assim. E agora é um momento interessante para acompanhar o trabalho dos parlamentares.
Já existe um verdadeiro mercado de índices que tentam de alguma maneira medir a qualidade do trabalho do parlamentar (exemplos aqui, aqui ou até baixando uma base com vários dados compilados).
Existem duas situações, a primeira é se há possibilidade de capturar a qualidade de um trabalho parlamentar em um índice com parâmetros objetivos, mas a outra situação pode ser mais complicada.
A PhD em Matemática Cathy O'Neil, em seu livro Algoritmos de Destruição em Massa (que já apareceu em outra QPD), conta a história de uma revista que avaliava as universidades estadunidenses e exibia o resultado na forma de ranking.
A revista virou uma referência entre os alunos e as instituições, que aprenderam as regras desse índice de avaliação e focaram sua energia em pontuar para a edição seguinte dessa revista. Isso não tornava as universidades melhores, apenas em melhor posição na regra de avaliação.
Essa arapuca está pronta no legislativo. E muitas vezes vai além da questão de quem apresenta mais projetos (assunto da QPD passada) e pode significar distorções.
Imagine um índice onde votos alinhados ao governo (ou à oposição) pontue mais?
O acompanhamento do trabalho de um parlamentar não é algo simples, não são todos que a imprensa cobre e muitas vezes as redes sociais não mostram tudo.
Parlamentares diferentes tem mandatos diversos. Para alguns, o foco é nas discussões legislativas, outros na fiscalização e ainda tem aqueles que priorizam a representação de suas bases ou suas causas. Isso para ficar em alguns arquétipos mais amplos.
Ainda assim, seguir os seus representantes preferidos pode indicar caminhos para perceber se um bom trabalho está sendo feito.
Falta menos de um mês para o nosso curso de temas importantes para regimento interno: mais informações aqui.
E as pesquisas, hein?
Pesquisas eleitorais foram um tema recorrente por aqui. Depois do primeiro turno, algumas explicações e análises:
Depois de 2022, podemos confiar nas pesquisas novamente? Por Daniel Marcelino, no Jota.
As pesquisas eleitorais estavam erradas? Pelo Startup da Real.
Vale o clique:
Nota técnica sobre o tema “Mulheres em posição de poder nos Parlamentos do Brasil: Câmara Federal, Assembleias Legislativas estaduais e do Distrito Federal” feita pelo Observatório Nacional da Mulher na Política (ONMP), órgão vinculado à Secretaria da Mulher da Câmara dos Deputados.
O Congresso Americano tem ficado cada vez mais velho. Gráfico mostra o aumento do número de parlamentares com mais de setenta anos de idade.
Como perder uma eleição. Por Daniel José, no Brazil Journal.
O recado dos microdados eleitorais. Vale lembrar que correlação não é causalidade.
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Vizinhança
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